sábado, 12 de março de 2016

Roda de Reflexão ao Dia Internacional da Mulher

“A luta é árdua, mas as conquistas são muitas”, essas palavras, ditas pela mestra Cristina, do grupo de Capoeira Angola Mocambo de Aruanda, resumem o que foi o evento Roda de Reflexão ao Dia da Mulher, ocorrido no dia 8 de março, no Centro de Cultura Social (CCS-RJ), em Vila Isabel.

O espaço de treino do grupo Mocambo foi cedido para reunir capoeiristas (mulheres e homens) e outros visitantes, que tivessem interesse em não só participar da roda de capoeira, como também discutir o tema que envolve questões sobre a luta da mulher dentro e fora das rodas, seja no trabalho, nas ruas, em casa, ou em qualquer lugar.



Após a roda, teve início o momento de reflexão sobre o significado do dia 8 de março. “A data, para alguns celebração, para outros não celebração, independente do que cada um pensa o que deve ser a data, o fato de ela existir, das pessoas estarem falando, estarem se colocando, estarem colocando seu pensamento pra fora, isso já é muito grandioso, porque isso nos dá uma oportunidade de realmente parar e pensar, de refletir”, disse Camila Aquino, treinel do Grupo de Capoeira Angolinha (GCANG).

Tereza Silva, uma das mulheres pioneiras da capoeira angola no Rio de Janeiro e, também, do GCANG, acrescentou. “A data ainda é muito importante para marcar a diferença que existe e como é que a sociedade ainda reage, de que precisa do dia inclusive para lembrar e até pra dizer que não é importante esta data.” E complementou, “A sociedade vai ter que evoluir muito para que essa data não seja importante. O dia que chegar essa ‘data não é importante’, agora tá bom, agora tá melhor,” disse.


Conforme as palavras da mestra Cristina, “muitas coisas não teriam acontecido sem a força e a resiliência da mulher negra, nem a própria revolução feminista. Se a gente pensar de uma maneira mais aprofundada sobre isso, é lembrar especificamente que sim, que é bom frisar, que é bom marcar bem essa diferença, que não somos nós que marcamos. A sociedade que nos marca a partir do momento que a gente nasce. Não dá pra fingir que é tudo igual, pelo menos pra gente (mulheres) não."

Ela ressalta que “não é para criar gueto, não é para fazer movimento separatista, não é para fazer nada disso. É para simplesmente deixar aflorar, vir à tona uma coisa que a gente vive no dia-a-dia, no cotidiano. As pessoas conseguirem perceber isso e somar com a gente. Também não é uma questão de revanchismo, nada disso,” concluiu.

Foi uma noite de reflexão que não deve ficar restrita a uma data, mas durante o dia-a-dia, em que a igualdade entre homens e mulheres não fique somente no papel ou no discurso, mas que seja realmente colocada em prática.


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